Quando se chega a Bariloche é impossível não ficar maravilhado com as características das paisagens, principalmente com a combinação de lagos e montanhas.
A Patagônia teve varias fases geológicas importantes que formaram o que podemos presenciar hoje. Podemos citar o surgimento da cordilheira há milhões de anos, as diversas fases do vulcanismo e das eras glaciares e até as invasões dos oceanos.
Considerada uma formação jovem, geologicamente, com alguns milhões de anos, a Cordilheira dos Andes foi formada pela subducção (atrito) de duas placas: uma é a placa oceânica do Pacifico e a outra é a placa Continental Sul-Americana. A oceânica se afundou em diagonal na Sul-Americana, justo neste ponto a atividade magmática é intensa, ocasionando afloramentos rochosos e formando desta maneira uma grande cadeia de montanhas. Imaginem que o Chile está bem encima deste ponto de atrito de placas e intensa atividade magmática, por isto todos os dias neste país ocorrem terremotos, muitas vezes imperceptíveis e outras, devastadoras. Os movimentos dos magmas na crosta terrestre também provocaram pressões pela formação de gases, que acabaram formando um canal de saída para a parte externa, gerando desta maneira os vulcões. Por isto a Cordilheira dos Andes está cheia de vulcões em toda sua extensão.

A última glaciação que aconteceu há milhares de anos foi a responsável por gerar uma grande erosão nas paisagens da região. Nesta época as geleiras desciam pelas montanhas formando as chamadas línguas dos glaciares, que ao avançarem, iam tirando pedaços de rochas e formando sedimentos pelos caminhos. Os acúmulos destes sedimentos são chamados de morenas. A cidade de Bariloche está construída sobre uma das morenas laterais que foram acumuladas há milhares de anos pela passagem de uma grande língua glaciária, o atual Lago Nahuel Huapi. O retrocesso e derretimento das geleiras há milhares de anos atrás, foi dando origem aos lagos da região. Imaginem que o Lago Nahuel Huapi, mencionado anteriormente, era a junção de diversas línguas glaciarias que descenderam de várias montanhas da região e se juntaram em uma língua principal, que ao derreter, formou este emblemático espelho de água de mais de 500 km2 de superfície e com mais de 400m de profundidade em alguns setores. Hoje também podemos observar a erosão pelo passo das geleiras observando os vales em formas de “U” nos morros de Bariloche, como o Catedral o López, onde se realizam diversas atividades no inverno.


Parabéns ! É raro encontrar informações turísticas com explicações técnicas de geomorfologia.
Obrigada!
Um abraço